"A censura
“Primeiro eles vieram atrás dos comunistas
E eu não disse nada porque não era comunista.
Depois vieram atrás dos judeus
E eu não disse nada porque não era judeu.
Depois vieram atrás dos sindicalistas
E eu não disse nada porque não era sindicalista.
Então vieram atrás de mim
E já não havia mais ninguém para falar por mim.”
Martin Niemöeller, prisioneiro em Sachsenhausen e Dachau de 1938 a 1945, (tradução minha)
Sete horas, ainda de noite. Bateram à porta. Sem medo, ainda meio estremunhado, abro. Três vultos. O primeiro diz:
- "Polícia Judiciária de Leiria. Temos um mandado de busca da sua residência".
Franqueio a porta. Entram dois agentes e um procurador-adjunto. Mostram-me o mandado de busca domiciliária, assinado por um juiz, às minhas residências (sic) e veículos (o meu carro e outro que vendi há oito anos).
Contam-me depois que, à mesma hora, dois agentes batem à porta da casa da minha mãe, septuagenária. Perguntam-lhe se ela é minha mãe e identificam-se. Minha mãe informa que aquela não é a minha residência desde há 11 anos, mas os agentes prosseguem. Efectuam uma busca a todas as divisões da casa, inclusivé as casas de banho. Vêem um computador velho, sem ligação à Internet, no quarto de hóspedes e hesitam. Telefonam para alguém e acabam por o levar. Esses dois agentes juntam-se, depois, aos outros e ao procurador-adjunto em minha casa.
Pedem-me documentação relacionada com o processo da Casa Pia. Reúno alguns papéis e vou abrir o computador para lhes mostrar as pastas onde guardo o que edito. Fecham-no de imediato e justificam-se com a existência de comandos que permitem a formatação do disco rígido... Dizem que têm ordens para apreender o computador (o corpo do delito?...) - não apenas o disco rígido. No computador, instrumento do meu trabalho de professor, vai a minha tese de doutoramento, lições, exames, notas, documentos profissionais e pessoais, correspondência...
Respeitam a intimidade do meu quarto onde minha mulher se arranja, bem como do quarto dos meus filhos, que, entretanto, surgem preocupados. Creio que as crianças nunca mais se irão esquecer deste episódio. No entanto, os agentes e o procurador adjunto têm uma atitude cordial e parecem muito profissionais. Fazem o serviço que lhes foi cometido.
Pretendem conhecer a origem de alguns papéis. Respondo que foram coisas que me surgiram. O procurador-adjunto solicita-me, após ler os meus direitos e deveres processuais que assine um documento de constituição como arguido e outro com o termo de identidade e residência.
São-me imputados factos susceptíveis de integrar a prática do crime de desobediência simples, p. e p. pelos artigos 348.º n.º 1, alínea a), do Código Penal, ex vi do disposto no artigo 88.º, n.º 2, alínea a) e 3, do Código de Processo Penal. Sou ouvido esta sexta-feira no tribunal.
Aconselhado, comprei outro computador. Espero que não mo levem...
Cumpro a lei. Escrevo sobre esta questão do Estado, em defesa do meu País e da democracia.
Publicado por Antonio Balbino Caldeira às 21:33"
in
http://www.doportugalprofundo.blogspot.com
Aquilo que sinto na pele é a liberdade a esvair-se. A Liberdade: o direito mais incontestável e a necessidade mais primitiva de um ser!
CARNEIRADA MOLE, abram os olhos porque a vida não é a história de encantar da "Quinta das Celebridades", os nossos males não são os que nos mostram. Entreem-vos com falinhas mansas e desastres de momento quando a podridão do nosso Pais está bem em frente aos vossos olhos e é mais pronfunda daquilo a que vos convencem e em que acreditam.
Os "é o que temos", "não podemos fazer nada", "isso não leva a lado nenhum" e "é a vida" da vossa parte refletem a maior ingratidão que vive dentro de vocês. Porque todos os dias há quem se arrisque não só pela própria Liberdade como pela vossa enquanto voces os ignoram. Desde os que são indiciados pela judiciária até os que são postos no fundo da sala de aula porque são
Vermelhos. Mas vocês não querem saber, vivem a vossa vidinha, individualistas.
Ingratos, engolem tudo o que vos dão e, ingénuos, acreditam que é para o vosso bem. CUSPAM! NÃO COMAM TUDO O QUE VOS É IMPINGIDO!
Abram os olhos! A nossa Liberdade está-nos a ser tirada. Não precisam fazer grandes esforços para isso porque vocês aceitam e ainda agradecem! Pela vossa dignidade e pela dos que nos deram a Liberdade há 30 anos atrás LUTEM, não se calem, reclamem, gritem o vosso descontentamento!
ACORDEM! Se não for por vocês façam-no por aqueles que se querem expressar livremente!
Depois falam-me em patrotismo enquanto ajudam à desgraça do nosso país! Falsos patriotismos metem-me nojo! Vocês Carneirada Mole, que me chamam louca e me viram as costas, vocês que vivem alienados. VocÊs metem-me nojo! Levantem os cornos da palha!
A luta não se faz num concordar sim sr. e esquecer, a luta não se faz num acção de momento. É intrínseca e por isso vive cá dentro. Acorda e vê-se a cada nossa atitude perante todas as situações. Enquanto não pararem de se rir dos que lutam e não a sentirem verdadeiramente viverão para sempre assim: anestesialienados!